O Brasil criou menos de 400 mil postos de trabalho com carteira assinada em 2014, pior desempenho em 12 anos, com fortes demissões na indústria e na construção civil e sinalizando que o mercado de trabalho não deve mostrar recuperação neste ano.
Só em dezembro, informou o Ministério do Trabalho nesta sexta-feira, houve o fechamento líquido de 555.508 vagas formais, acumulando em 2014 a criação líquida 396.993 postos, em números ajustados.
Trata-se do pior desempenho desde o início da série histórica ajustada da pasta e muito aquém do resultado de 2013, quando o país gerou 1,139 milhão de postos. Sem ajustes, o país criou apenas 152.714 empregos no ano passado.
Pesquisa da Reuters com especialistas mostrou que, pela mediana das expectativas, esperava-se fechamento líquido de 500 mil vagas em dezembro.
"O resultado teve a influência de um ano atípico... Alguns seguraram investimentos para esperar o resultado eleitoral", disse o ministro do Trabalho, Manoel Dias, referindo-se às eleições presidenciais ocorridas em outubro passado, vencidas pela presidente Dilma Rousseff para um segundo mandato.
O ministro não quis fazer projeções para 2015.
Em 2014, o setor da Indústria da Transformação registrou demissões líquidas de 163.817 pessoas, com ajustes, o primeiro resultado negativo da série histórica. Os segmentos que mais demitiram foram material de transporte, metalurgia, têxtil, mecânica e de calçados.
O mesmo aconteceu no setor de Construção Civil, com o fechamento de 106.476 vagas no ano passado, a primeira queda líquida desde 2003.
Outras atividades que demitiram mais do que contrataram foram Extrativa Mineral, com saldo negativo de 2.348 postos, e Agricultura (-370 vagas).
Fonte: Reuters