O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reafirmou nesta quarta-feira a promessa de manter as taxas de juros perto de zero por um "horizonte relevante", mas divulgou projeções que sugerem que poderá elevar o custo dos empréstimos um pouco mais rápido do que se pensava há alguns meses.
Muitos economistas e operadores esperavam que o Fed mudasse a orientação futura sobre os juros que tem fornecido desde março, dada a melhora em geral nos indicadores de desempenho da economia.
Mas o Fed repetiu a garantia de que os juros continuarão ultrabaixos por um "horizonte relevante" após o fim do programa de compra de títulos. Em comunicado após reunião de dois dias, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) anunciou outra redução de 10 bilhões de dólares em suas compras mensais de ativos, colocando o programa no caminho de acabar no próximo mês.
O comunicado foi praticamente o mesmo de julho, mas as novas projeções mostraram divergências entre a visão do BC norte-americano sobre onde as taxas de juros devem estar nos anos seguintes em relação àquela em que os mercados financeiros têm apostado.
"Ainda que a expressão muito analisada 'horizonte relevante' tenha permanecido no comunicado do Fomc, o novo esquema de normalização da taxa de juro mostra que taxas maiores estão agora no jogo", disse o sócio da Again Capital LLC, John Kilduff, em Nova York.
O presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, e o presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser, foram dissidentes, ao argumentarem que a orientação sobre os juros pode amarrar as mãos do banco central caso ele sinta que deve agir mais rápido para apertar a política monetária.
O Fed tem mantido sua taxa básica perto de zero desde dezembro de 2008 e mais do que quadruplicou seu balanço patrimonial para 4,4 trilhões de dólares através de uma série de programas de compra de ativos.
Em mais um sinal de que o banco central não tem pressa para começar a aumentar o juro, o Fomc repetiu sua avaliação de que um capacidade ociosa "significativa" permanece no mercado de trabalho dos EUA.
Fonte: Reuters