Funcionários sanitários apareceram no distrito de Clara Town, em Monrovia, neste domingo para remover dois corpos de possíveis vítimas do vírus Ebola, quatro dias depois que eles morreram ali e não foram levados a um hospital.
Em um campo pantanoso em outro ponto da capital liberiana, o ministro da Saúde pediu que fossem cavadas 100 sepulturas para vítimas do perigosíssimo vírus tropical, mas apenas cinco buracos, rasos, parcialmente cheios de água, haviam sido preparados para a noite de sábado.
O hospital de Elwa em Monrovia, que está superlotado e com falta de funcionários, teve de se recusar a receber casos de Ebola nesta semana, um cenário exacerbado pela retirada de alguns dos trabalhadores internacionais depois da infecção de dois funcionários de saúde norte-americanos.
O receio de alguns funcionários, temerosos em manusear cadáveres infectados, e de comunidades que se recusam a enterrar seus mortos em regiões próximas colaborou para a desaceleração das ações governamentais dos países da África ocidental na campanha para controlar o pior surto de Ebola da história.
O vírus Ebola já matou 227 pessoas até agora na Libéria e pelo menos 826 pessoas na região, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Nema Red, uma moradora de Clara Town, afirmou que os dois homens mortos cujos corpos estavam na rua há alguns dias mostraram sintomas de Ebola, como hemorragias e vômitos.
"Eles começaram a procurar ajuda da comunidade para que alguém os levasse a um hospital, mas os membros da comunidade correram por suas vidas ... os dois desistiram e caíram mortos no chão nas ruas de Clara Town", disse a moradora, que afirmou que os corpos estavam lá há quatro dias.
O ministro da Informação Lewis Brown confirmou que os corpos haviam sido recolhidos, mas afirmou que eles estavam ali há algumas horas apenas. "Eles já foram removidos", disse, acrescentando que suas casas estavam sendo desinfectadas e que seus parentes estariam sendo observados.
Fonte: Reuters