Afetada pelo mau desempenho da indústria e dos investimentos, que vêm recuando desde meados de 2013, a economia brasileira perdeu fôlego no início deste ano, quando a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre, na comparação com os últimos três meses do ano passado, quando a expansão foi de 0,4 por cento. Em relação ao primeiro trimestre de 2013, o crescimento foi de 1,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
O resultado, apesar de ter vindo dentro do esperado --pesquisa Reuters apontava 0,2 por cento na comparação trimestral e 2,1 por cento na anual--, mostrou que o consumo do governo sustentou o leve crescimento agora, numa dinâmica que deixa mais evidente a confiança abalada de boa parte das agentes econômicos.
Diante deste cenário, analistas já afirmam que vão rever para baixo suas previsões de expansão para 2014.
Segundo o IBGE, os investimentos caíram 2,1 por cento no trimestre passado, comparado com os três meses anteriores, marcando três trimestres seguidos de queda. Sobre igual período de 2013, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) também teve queda de 2,1 por cento.
Com isso, a taxa de investimentos em relação ao PIB recuou a 17,7 por cento no trimestre passado, o pior resultado para o primeiro trimestre desde 2009.
"Houve um efeito conjugado de vários fatores negativos. Queda na produção interna, mais importação de bens de capital... e desempenho ruim da industria de transformação", afirmou a economista do IBGE, Rebeca Palis.
A indústria também encolheu pelo terceiro trimestre seguido agora, com queda de 0,8 por cento entre janeiro e março sobre o período imediatamente anterior. Sobre um ano antes, a atividade industrial cresceu 0,8 por cento.
Fonte: Reuters