Separatistas rebeldes realizaram um referendo sobre autonomia política no leste da Ucrânia neste domingo, enquanto novos conflitos reforçaram temores de uma guerra civil no país.
Confrontos foram registrados no entorno de uma torre de televisão no subúrbio da cidade rebelde de Slaviansk, pouco antes dos moradores seguirem para os locais de votação cruzando ruas bloqueadas por barricadas de árvores caídas, pneus e máquinas enferrujadas.
"Eu queria vir o mais cedo que pudesse", disse Zhenya Denyesh, um estudante de 20 anos de idade, o segundo a votar em um prédio da universidade local. "Nós todos queremos viver no nosso próprio país."
Questionado sobre o que seria o próximo passo após a votação, organizada em questão de semanas pelos rebeldes, ele respondeu: "Ainda será a guerra."
Perto dali, na cidade de Mariupol, palco de intensos confrontos na semana passada, autoridades disseram que havia apenas oito centros de votação para meio milhão de pessoas. Filas de centenas de metros formaram-se.
Líderes ocidentais ameaçaram com mais sanções contra a Rússia em áreas importantes como energia, serviços financeiros e engenharia se o país continuar com o que é visto como um esforço para desestabilizar a Ucrânia.
Moscou nega qualquer envolvimento nos conflitos e qualquer ambição para absorver o leste da Ucrânia, um centro industrial onde o idioma russo é predominante, após a anexação da península da Crimeia, no Mar Negro, depois de um referendo em março.
O Ministério do Interior da Ucrânia chamou o referendo de uma farsa criminosa, com as cédulas de votação "encharcadas de sangue". Uma autoridade disse que dois terços do território haviam se negado a participar.
Para uma votação que pode ter um papel tão importante, o referendo nas regiões de Luhansk e Donetsk, que declaram-se uma "República Popular", tem ares de improviso. As cédulas de votação foram impressas sem itens de segurança, os locais de votação eram poucos em diversas áreas, o registro de votantes teve falhas e havia confusão sobre o que as pessoas estavam sendo solicitadas a endossar.
Fonte: Reuters