O Parlamento da Crimeia aprovou nesta quinta-feira a adesão da região à Rússia, e o governo local, apoiado por Moscou, marcou um referendo sobre o tema em 10 dias, em uma dramática escalada da crise na península ucraniana do mar Negro.
A repentina aceleração das manobras para colocar formalmente a Crimeia sob o controle russo ocorre enquanto os líderes da União Europeia se reúnem para uma cúpula emergencial, buscando formas de pressionar a Rússia a recuar e a aceitar a mediação.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tomou medidas para punir os envolvidos na ameaça à soberania e à integridade territorial da Ucrânia. Ele ordenou o congelamento dos bens dessas pessoas em território norte-americano e a proibição de viajar para os Estados Unidos.
A Marinha dos EUA anunciou o envio de um destróier com mísseis de controle remoto, o USS Truxton, para o mar Negro, o que disse ser um exercício de treinamento planejado há muito tempo e não uma demonstração de força.
O Parlamento da Crimeia votou por unanimidade "para entrar para a Federação Russa, com os direitos de um integrante da Federação Russa".
O vice-premiê da Crimeia, que abriga uma base militar russa no mar Negro em Sebastopol, disse que um referendo sobre a situação será realizado no dia 16 de março. Ele disse que todos os bens do Estado seriam "nacionalizados", a moeda russa (rublo) pode ser adotada e as tropas ucranianas seriam forçadas a se render ou a deixar a região.
O anúncio, que segundo diplomatas não poderia ter sido feito sem a aprovação prévia do presidente da Rússia, Vladimir Putin, elevou as apostas em um confronto leste-oeste, o mais grave desde o fim da Guerra Fria.
As ações russas tiveram queda e o rublo se desvalorizou ainda mais após a notícia. A agência de classificação de risco Moody's disse que o impasse é negativo para a credibilidade russa.
Fonte: Reuters