Líderes de todo o mundo e milhares de sul-africanos se despediram nesta terça-feira do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela numa cerimônia que contou com um aperto de mãos entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o líder cubano, Raúl Castro, que refletiu o espírito de reconciliação do herói antiapartheid.
O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, no entanto, não teve momentos de paz e harmonia. Ele foi vaiado pela multidão no estádio Soccer City, quando se preparava para falar.
A morte de Mandela na última quinta-feira aos 95 anos tem tirado a atenção dos escândalos de corrupção no governo Zuma e mostra o fosso que existe entre o primeiro presidente negro da África do Sul, um dos principais líderes do século 20, e o quarto.
"Mandela tinha uma visão. Mandela viveu essa visão", disse Funeka Gingcara-Sithole, 31 anos, presente na cerimônia. "Mas Zuma não vive o que ele prega. Ele deve fazer uma coisa honrosa e renunciar."
A recepção a Zuma não poderia contrastar mais com a dada a Obama, digna de um astro do rock. O presidente dos Estados Unidos foi um dos cerca dos 90 líderes mundiais presentes em Johanesburgo para o adeus a Mandela.
Obama estendeu no palanque a mão ao líder comunista Raúl Castro, que o cumprimentou e sorriu de volta.
O único aperto de mão conhecido entre líderes dos EUA e de Cuba desde a revolução de 1959 havia ocorrido em 2000, quando Fidel Castro cumprimentou o então presidente Bill Clinton na Organização das Nações Unidas.
Fonte: Reuters