A economia brasileira encolheu no terceiro trimestre deste ano, no primeiro resultado negativo em mais de quatro anos, afetada sobretudo pela queda dos investimentos, sinalizando que a recuperação da atividade será mais difícil daqui para frente.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,5 por cento entre julho e setembro quando comparado com o segundo trimestre deste ano, no pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2009, quando houve retração de 1,6 por cento, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com igual período de 2012, a expansão da atividade no terceiro trimestre foi de 2,2 por cento.
A queda na comparação com o trimestre anterior veio após uma expansão revisada de 1,8 por cento do PIB no segundo trimestre ante o primeiro.
O resultado do PIB veio abaixo da estimativa do mercado que esperava contração de 0,2 por cento nos três meses até setembro sobre o segundo trimestre e avanço 2,5 por cento na comparação anual, de acordo com a mediana das projeções de pesquisa Reuters, que não levou em consideração a nova metodologia do IBGE para o cálculo do PIB.
"O resultado mostra que não conseguimos crescer embora existam diversas medidas para estimular o consumo. O resultado prático é déficit em conta corrente e mais inflação, como consequência de um desequilíbrio macroeconômico de pouca produção para muito consumo", disse o economista sênior do Espírito Santo Investiment Bank Flávio Serrano.
Para ele, o quarto trimestre começou fraco e o PIB deve encerrar o ano com expansão de 2,2 a 2,3 por cento, pior do que sua previsão anterior de 2,5 por cento.
A Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida de investimento, recuou 2,2 por cento no terceiro trimestre sobre o período imediatamente anterior, no pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2012 (-2,7 por cento) e na primeira queda em um ano, de acordo com os dados do IBGE.
Fonte: Reuters