O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou nesta quarta-feira a vice-presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, para assumir o comando do mais influente banco central do mundo e pediu ao Senado para confirmá-la rapidamente.
Yellen, defensora de medidas agressivas para estimular o crescimento por meio de juros baixos e grandes compras de títulos públicos, deve substituir Ben Bernanke, cujo segundo mandato termina em 31 de janeiro.
A indicação coloca Yellen no rumo de se tornar a primeira mulher a dirigir um banco central do G7, bloco das sete maiores economias industrializadas.
"Janet é excepcionalmente bem qualificada para esse cargo", disse Obama numa cerimônia na Casa Branca, ao lado da radiante indicada. "Ela não tem uma bola de cristal, mas o que ela tem é uma aguda compreensão sobre como os mercados e a economia funcionam, não só na teoria mas também no mundo real."
Obama pediu que o Senado seja rápido no processo de sabatina de Yellen. A expectativa é de que ela seja confirmada, apesar da relutância de alguns republicanos. Analistas a veem como uma continuadora das políticas de Bernanke, e acreditam que ela agirá com cautela na retirada dos estímulos monetários adotados para tirar o país da recessão.
Falando rapidamente depois de Obama, Yellen disse que vai promover o pleno emprego, a estabilidade de preços e a solidez do sistema financeiro. Ela disse que há mais para ser feito para assegurar que os desempregados encontrem emprego.
"Embora já tenhamos feito progressos, ainda podemos ir mais longe. O mandato do Federal Reserve é atender a todo o povo norte-americano, e muitos norte-americanos ainda não conseguiram encontrar trabalho e se preocupam com como irão pagar suas contas e sustentar suas famílias", disse ela. "O Federal Reserve pode ajudar se fizer seu trabalho efetivamente."
As preocupações de que o Fed possa começar a retirar os estímulos monetários preocupam os mercados financeiros desde maio. Em setembro, o BC norte-americano surpreendeu os investidores ao manter a injeção de 85 bilhões de dólares por mês no mercado.
A indicação de Yellen coincide com o impasse orçamentário entre o governo e o Congresso, que levou à paralisação de vários órgãos públicos desde o começo do mês. Paralelamente, a relutância da oposição republicana em elevar o teto da dívida pública, atualmente em 16,7 trilhões de dólares, ameaça levar o país a uma inédita moratória.
Fonte: Reuters