Os Estados Unidos e o Reino Unido respaldaram nesta terça-feira uma resolução proposta pela França para a entrega das armas químicas que estão sob controle do ditador sírio, Bashar al-Assad. O texto é avaliado pelos integrantes do Conselho de Segurança da ONU.
Além da retirada do armamento, Paris pede uma ação armada caso Damasco desrespeite a determinação do conselho e uma condenação ao regime sírio pelo suposto ataque químico na periferia da capital síria, em 21 de agosto.
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A proposta é uma adaptação de um projeto sugerido pela Rússia na segunda, após o secretário de Estado americano, John Kerry, dizer em uma entrevista coletiva que Assad poderia evitar um ataque internacional entregando o arsenal químico, embora não acredite que o mandatário fará isso.
Horas depois, o presidente Barack Obama afirmou que a hipótese é algo "potencialmente positivo", que poderá significar um "avanço". Como resultado, é provável que a votação da autorização para um ataque à Síria, que deve ocorrer na quarta-feira (11) no Senado norte-americano, seja adiada.
A proposta foi apresentada pelo presidente da França, François Hollande, a Obama e ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, que deram seu respaldo. No Parlamento, Cameron disse que a proposta era uma boa ideia.
"Acho que o mais importante é que sejamos claros sobre os limiares dessa resolução e que, com ela, seja apresentada uma agenda que deve ser seguida, assim como um processo próprio para fazer isso e as consequências para que o desarmamento seja feito".
EUA
Segundo fontes do governo americano, Obama participará das discussões com o Conselho de Segurança da ONU para buscar a aprovação da medida. Paralelamente, o governo continuará a busca de apoio do Congresso para uma intervenção militar, segundo o secretário de Estado, John Kerry.
Ele diz que continuará a campanha do governo para que a intervenção seja aprovada pelos parlamentares. "Não haverá solução militar ao que está ocorrendo na Síria, mas também não conseguiremos uma solução política enquanto o regime de Assad acreditar que pode fazer o que quiser sem consequências".
No entanto, a chanceler russo, Sergei Lavrov, considerou a proposta inaceitável por incluir a culpa do regime sírio no suposto ataque químico, o que levaria ao quarto impasse no Conselho de Segurança da ONU.
Moscou oferecerá uma resolução alternativa, que versará apenas sobre a entrega das armas químicas. As duas propostas serão o tema de uma reunião de embaixadores do conselho por volta das 16h locais (17h em Brasília).
Para o chanceler francês, Laurent Fabius, o governo russo não deseja respaldar a resolução. "Nesse estágio, os russos não estão necessariamente entusiasmados, e eu estou usando um eufemismo, em colocar sob o regime da ONU essa resolução".
Fonte: Folha.com Share via facebook