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Protestos islâmicos se espalham no Egito; 24 morrem

Mundo - 05/07/2013 20:44



Pelo menos 24 pessoas morreram em várias partes do Egito na sexta-feira, quando ativistas islâmicos contrários à deposição do presidente Mohamed Mursi saíram às ruas para manifestar sua indignação.
 
Cinco mortes foram confirmadas no Cairo, segundo fontes de segurança e a TV estatal. Manifestantes pró e contra Mursi travaram confrontos nas ruas após o anoitecer, enquanto veículos blindados de transporte militar passavam em alta velocidade entre os dois grupos, sobre uma ponte próxima ao histórico Museu Egípcio.
 
Cinco policiais foram baleados em incidentes separados na cidade de El Arish, no norte da península do Sinai, mas não está claro se esses ataques estão vinculados à deposição de Mursi pelas Forças Armadas. Radicais islâmicos, no entanto, haviam prometido pegar em armas contra o golpe.
 
Na cidade de Alexandria (norte), 12 pessoas foram mortas durante os confrontos entre as facções rivais, de acordo com o chefe dos serviços de emergência, que citou à agência estatal Mena 200 feridos. A maioria morreu baleada. Em Assiut (sul) houve outra morte, também a tiros.
 
Dezenas de milhares de pessoas saíram em passeatas no país inteiro, naquela que a Irmandade Muçulmana - grupo político de Mursi - chamou de "Sexta-Feira da Raiva", para protestar contra a intervenção militar que derrubou Mursi e nomeou um governo provisório para preparar novas eleições.
 
Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história do Egito, foi deposto na quarta-feira, após imensas manifestações populares, em mais uma reviravolta nos tumultuados dois anos desde a rebelião popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, parte da chamada "Primavera Árabe" que varreu a região em 2011.
 
Os protestos do último mês já deixaram dezenas de mortos no Cairo e em outras cidades. A derrubada do presidente foi festejada por milhões de egípcios nas ruas, mas enfureceu os partidários da Irmandade Muçulmana, que temem a volta da repressão ao grupo.
 
Os militares dizem ter um plano de transição para o regime civil, mas oferecem poucos detalhes - inclusive em termos de prazos -, o que contribui para a incerteza política num momento em que muitos egípcios temem o agravamento da polarização e da violência.
Fonte: Reuters

 

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