A produção industrial brasileira subiu 1,8 por cento em abril frente a março, impulsionada sobretudo pelos bens de capital, ligados a investimentos, bem acima do esperado e marcando o segundo mês seguido de crescimento.
Mas, apesar do cenário melhor, analistas ainda mantêm a cautela sobre se essa recuperação é sustentável, preferindo aguardar a divulgação de novos dados que possam dar mais indícios sobre a atividade no início do segundo trimestre.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com abril de 2012, a produção teve expansão de 8,4 por cento, a maior desde agosto de 2010, beneficiada, entre outros fatores, pela base de comparação deprimida. Pesquisa da Reuters apontava crescimento de 1 por cento sobre março e 7,20 por cento na base anual.
"Tivemos em abril com produção espalhada... foi extremamente positivo, mas dado nível de confiança do empresário e os dados da Fenabrave, precisamos ter cautela com o que se pode esperar sobre o futuro da indústria", disse nesta terça-feira o economista do IBGE André Macedo.
A categoria Bens de capital foi a que apresentou maior variação mensal, segundo o IBGE, com alta de 3,2 por cento, quarto resultado positivo consecutivo e acumulando ganho de 15,5 por cento no período. Segundo Macedo, as condições mais favoráveis de juros ajudam a melhorar esse cenário.
As demais categorias de uso também mostraram avanço em abril, quando comparado com março, com destaque para Bens de consumo, com alta de 1,8 por cento.
"Vemos sinais de melhora, mas ainda não se consolidou um quadro de retomada. O ritmo da indústria ainda parece muito incerto, e ainda é cedo para dizer se esse ritmo é sustentável", disse o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani.
Em março, a produção industrial havia registrado alta mensal de 0,8 por cento, depois de recuar 2,4 por cento em fevereiro e subir 2,7 por cento em janeiro, segundo dados do IBGE.
Fonte: Reuters