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Presidente da Funai deixa o cargo em meio a tensões envolvendo indígenas

Brasil - 07/06/2013 20:46


Em meio a conflitos envolvendo indígenas, a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Maria do Amaral Azevedo, pediu para deixar o cargo nesta sexta-feira, informou o órgão por meio de uma nota.
 
A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS) da Funai, Maria Augusta Assirati, assumirá a presidência interinamente.
 
Segundo a nota, Marta, que presidia a fundação desde abril de 2012, deixa o cargo por motivos de saúde, mas a saída da presidente ocorre em um momento conturbado, marcado por protestos de indígenas em todo o país.
 
Na quinta-feira passada, um índio foi morto a tiros durante operação de reintegração de posse em uma fazenda em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul. No dia seguinte os índios voltaram a ocupar a propriedade.
 
O conflito levou o governador do Estado, André Puccineli (PMDB), a pedir ajuda ao governo federal, que anunciou na terça-feira o envio de 110 homens da Força Nacional à região.
 
A tensão entre os indígenas se acirrou com uma declaração da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que anunciou a deputados de Estados agrícolas que o governo ampliará o número de órgãos envolvidos na decisão sobre demarcação de terras indígenas, que atualmente envolve somente a Funai.
 
Somado a isso, a construção de usinas hidrelétricas em áreas habitadas por comunidades indígenas também tem provocado protestos.
 
Na semana passada índios Munduruku paralisaram o trabalho em um dos três canteiros de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, exigindo uma revisão dos planos do governo para construir usinas na região amazônica.
 
O governo tem se preocupado em evitar mais casos de violência. Na quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff defendeu que as ordens judiciais sejam respeitadas, mas disse preferir que o impasse com os índios seja resolvido por meio da negociação.
Fonte: Reuters